quinta-feira, 21 de março de 2013

JESUS – SURPREENDENTEMENTE MARAVILHOSO


“1 Passadas estas coisas, havia uma festa dos judeus, e Jesus subiu para Jerusalém. 2 Ora, existe ali, junto à Porta das Ovelhas, um tanque, chamado em hebraico Betesda, o qual tem cinco pavilhões. 3 Nestes, jazia uma multidão de enfermos, cegos, coxos, paralíticos 4[esperando que se movesse a água. Porquanto um anjo descia em certo tempo, agitando-a; e o primeiro que entrava no tanque, uma vez agitada a água, sarava de qualquer doença que tivesse]. 5 Estava ali um homem enfermo havia trinta e oito anos. 6 Jesus, vendo-o deitado e sabendo que estava assim há muito tempo, perguntou-lhe: Queres ser curado? 7 Respondeu-lhe o enfermo: Senhor, não tenho ninguém que me ponha no tanque, quando a água é agitada; pois, enquanto eu vou, desce outro antes de mim.  8 Então, lhe disse Jesus: Levanta-te, toma o teu leito e anda. 9 Imediatamente, o homem se viu curado e, tomando o leito, pôs-se a andar. E aquele dia era sábado.” (João 5:1-9).

Por ocasião da festa, Jesus poderia ter escolhido qualquer porta para entrar em Jerusalém, porém, escolheu a Porta das Ovelhas.

I - Porta (hb. sa’ar; gr. pylõn), são aberturas que permitem a entrada e saída de pessoas.

II – Porta fala de decisões, escolhas, vontades.

III – Naquela época as cidades ainda não possuíam praças, então as pessoas se reuniam às portas das cidades.

“Ao anoitecer, vieram os dois anjos a Sodoma, a cuja entrada estava Ló assentado; este, quando os viu, levantou-se e, indo ao seu encontro, prostrou-se, rosto em terra.” (Genesis 19:1).
“Quando eu saía para a porta da cidade, e na praça me era dado sentar-me...” (Jó 29:7).
“10 Aborreceis na porta ao que vos repreende e abominais o que fala sinceramente. 11 Portanto, visto que pisais o pobre e dele exigis tributo de trigo, não habitareis nas casas de pedras lavradas que tendes edificado; nem bebereis do vinho das vides desejáveis que tendes plantado. 12 Porque sei serem muitas as vossas transgressões e graves os vossos pecados; afligis o justo, tomais suborno e rejeitais os necessitados na porta.” (Amós 5:10-12).

IV - As doze portas de Jerusalém.

1ª - Porta das ovelhas;
2ª - Porta do peixe
3ª - Porta de Jafa
4ª - Porta do vale
5ª - Porta do monturo
6ª - Porta da fonte
7ª - Porta do cárcere
8ª - Porta das águas
9ª - Porta dos cavalos
10ª - Porta oriental
11ª - Porta da atribuição
12ª - Porta de Efraim


Porque Jesus escolheu entrar pela Porta das ovelhas?

I - Porque Ele mesmo era a Porta das ovelhas. 

“7 Jesus, pois, lhes afirmou de novo: Em verdade, em verdade vos digo: eu sou a porta das ovelhas. 8 Todos quantos vieram antes de mim são ladrões e salteadores; mas as ovelhas não lhes deram ouvido. 9 Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim, será salvo; entrará, e sairá, e achará pastagem.” (João 10:7-9).

II - Perto da Porta das ovelhas estava o tanque de Betesda (hb. Casa da misericórdia), e assim como Betesda Ele próprio simbolizava a misericórdia de Deus ao homem.

“Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” (João 3:16).

III - Pela Porta das ovelhas entravam os animais destinados ao sacrifício no templo.

“Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!” (João 1:29).

Porta das ovelhas - Um estilo de vida (Pr. Armando P. Castoldi).

I - Normalmente buscamos nos relacionar com as pessoas em função de nossas afinidades e não em função das necessidades delas.

II – Jerusalém representa o mundo e suas várias opções de escolhas (portas), que se identificar com Jesus, entrará por Ele e encontrará salvação.

III – Entrar pela Porta das ovelhas significa abrir mão do egocentrismo e atentar para aqueles que estão sofrendo.

O que chamou a atenção de Jesus na vida do paralítico.

I – Provavelmente, por falta de opção, havia feito de Betesda sua moradia permanente.

II – Diferentemente dos outros doentes, não possuía ninguém para auxiliá-lo na busca da tão desejável cura.

III – Por sua resposta a Jesus quando indagado se queria ser curado, infere-se que se tratava de um homem totalmente sem esperança. “Não posso.” (Bíblia de Jerusalém).

IV – Seu estado atual poderia ser consequências de pecados cometidos no passado, o que fazia dele um homem em estado de auto piedade.

O que Jesus fez por aquele homem infeliz?

Ação             Conclusão                  Motivação
- Jesus o viu deitado.     Levanta-te                 Levantar foi a ressurreição de sua esperança e um ato de fé no Filho de Deus.

- Sabia do seu estado    Toma o teu leito        Por ser um dia de sábado sua ação de tomar o leito seria considerada como ofensa a Lei.

- Dirigiu-lhe a palavra     Ande                 Em Cristo alcançamos a verdadeira liberdade de ir e vir. 

Depois de tantos anos deitado, para onde nós iríamos?


ישו יבוא בקרוב – Jesus virá em breve!

O propósito do amor solidário na igreja


“1 Ao anjo da igreja em Éfeso escreve: Isto diz aquele que tem na sua destra as sete estrelas, que anda no meio dos sete candeeiros de ouro: 2 Conheço as tuas obras, e o teu trabalho, e a tua perseverança; sei que não podes suportar os maus, e que puseste à prova os que se dizem apóstolos e não o são, e os achaste mentirosos; 3 e tens perseverança e por amor do meu nome sofreste, e não desfaleceste. 4 Tenho, porém, contra ti que deixaste o teu primeiro amor. 5 Lembra-te, pois, donde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras; e se não, brevemente virei a ti, e removerei do seu lugar o teu candeeiro, se não te arrependeres. 6 Tens, porém, isto, que aborreces as obras dos nicolaítas, as quais eu também aborreço. 7 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas. Ao que vencer, dar-lhe-ei a comer da árvore da vida, que está no paraíso de Deus.” (Apocalipse 2:1-7)


AS QUALIDADES DA IGREJA DE ÉFESO

1. Uma igreja que servia, trabalhando com zelo na obra do Senhor. “Conheço as tuas obras, e o teu trabalho, e a tua perseverança...” (Vs. 2-a)

a) Igreja de uma agenda semanal repleta de atividades.

b) Uma igreja que se sacrificava, pois o termo "labor" significa "trabalhar até a exaustão".

c) Os cristãos efésios pagavam um preço para servir ao Senhor. Não existia estrelismo entre os membros.

d) Era uma congregação firme, pois o termo "perseverança" significa "resistência em meio às tribulações".

e) Resilientes, não desistiam diante da adversidade.


2. Uma igreja separada das falsas doutrinas e dos seus falsos ensinadores. “... sei que não podes suportar os maus, e que puseste à prova os que se dizem apóstolos e não o são, e os achaste mentirosos.” (Vs. 2-b)

a) Examinava com cuidado os ministros que a visitavam para determinar se eram verdadeiros.

“Porque já muitos enganadores saíram pelo mundo, os quais não confessam que Jesus Cristo veio em carne. Tal é o enganador e o anticristo. Olhai por vós mesmos, para que não percais o fruto do nosso trabalho, antes recebeis plena recompensa. Todo aquele que vai além do ensino de Cristo e não permanece nele, não tem a Deus; quem permanece neste ensino, esse tem tanto ao Pai como ao Filho. Se alguém vem ter convosco, e não traz este ensino, não o recebais em casa, nem tampouco o saudeis. Porque quem o saúda participa de suas más obras.” (2ª João 1:7-11)

b) Paulo anteriormente já havia advertido os presbíteros de Éfeso que falsos mestres surgiriam vindos de fora e até mesmo do meio da igreja.

“Eu sei que depois da minha partida entrarão no meio de vós lobos cruéis que não pouparão rebanho, e que dentre vós mesmos se levantarão homens, falando coisas perversas para atrair os discípulos após si. Portanto vigiai, lembrando-vos de que por três anos não cessei noite e dia de admoestar com lágrimas a cada um de vós.” (Atos 20:29-31)

c) João os havia instruído a "provar os espíritos".

“Amados, não creiais a todo espírito, mas provai se os espíritos vêm de Deus; porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo. Nisto conheceis o Espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; e todo espírito que não confessa a Jesus não é de Deus; mas é o espírito do anticristo, a respeito do qual tendes ouvido que havia de vir; e agora já está no mundo. Filhinhos, vós sois de Deus, e já os tendes vencido; porque maior é aquele que está em vós do que aquele que está no mundo. Eles são do mundo, por isso falam como quem é do mundo, e o mundo os ouve. Nós somos de Deus; quem conhece a Deus nos ouve; quem não é de Deus não nos ouve. assim é que conhecemos o espírito da verdade e o espírito do erro.” (1ª João 4:1-6)

d) Seguindo o exemplo de Éfeso, a igreja deve estar sempre alerta para detectar e rejeitar os ministros falsos de Satanás (2 Co 11:1-4, 12-15).

“Oxalá me suportásseis um pouco na minha insensatez! Sim, suportai-me ainda. Porque estou zeloso de vós com zelo de Deus; pois vos desposei com um só Esposo, Cristo, para vos apresentar a ele como virgem pura. Mas temo que, assim como a serpente enganou a Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos entendimentos e se apartem da simplicidade e da pureza que há em Cristo. Porque, se alguém vem e vos prega outro Jesus que nós não temos pregado, ou se recebeis outro espírito que não recebestes, ou outro evangelho que não abraçastes, de boa mente o suportais!” (2ª Coríntios 11:1-4)

“Ora, o que faço e ainda farei, é para cortar ocasião aos que buscam ocasião; a fim de que, naquilo em que se gloriam, sejam achados assim como nós. Pois os tais são falsos apóstolos, obreiros fraudulentos, disfarçando-se em apóstolos de Cristo. E não é de admirar, porquanto o próprio Satanás se disfarça em anjo de luz. Não é muito, pois, que também os seus ministros se disfarcem em ministros da justiça; o fim dos quais será conforme as suas obras.” (2ª Coríntios 11:12-15)


3. Os cristãos de Éfeso separavam-se não apenas de doutrinas falsas, mas também de obras falsas. “Tens, porém, isto, que aborreces as obras dos nicolaítas, as quais eu também aborreço.” (Vs. 6)

A forma verbal do termo nicolaíta significa "conquistar o povo". Alguns estudiosos da Bíblia acreditam que se tratava de uma seita que "mandava" na igreja, privando o povo de sua liberdade em Cristo (ver 3 Jo 9-11) e que iniciou o que conhecemos hoje como a divisão entre o "clero" e os "leigos", uma falsa divisão não ensinada em parte alguma do Novo Testamento. Todo o povo de Deus é "sacerdócio real" (1 Pe 2:9; Ap 1:6) e tem o mesmo acesso ao Pai por meio do sangue de Jesus Cristo (Hb 10:19ss). Veremos essa seita perigosa novamente ao estudar a mensagem para a igreja de Pérgamo.

“Escrevi alguma coisa à igreja; mas Diótrefes, que gosta de ter entre eles a primazia, não nos recebe. Pelo que, se eu aí for, trarei à memória as obras que ele faz, proferindo contra nós palavras maliciosas; e, não contente com isto, ele não somente deixa de receber os irmãos, mas aos que os querem receber ele proíbe de o fazerem e ainda os exclui da igreja. Amado, não imites o mal, mas o bem. Quem faz o bem é de Deus; mas quem faz o mal não tem visto a Deus.” (3ª João 1:9-11)

“Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo todo seu para que proclameis as grandezas daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz, vós que em outro tempo éreis não povo, mas agora sois povo de Deus, vós que não havíeis alcançado misericórdia, mas agora a tendes alcançado.” (1ª Pedro 2:9-10)

“Tendo pois, irmãos, ousadia para entrarmos no santíssimo lugar, pelo sangue de Jesus, pelo caminho que ele nos inaugurou, caminho novo e vivo, através do véu, isto é, da sua carne, e tendo um grande sacerdote sobre a casa de Deus, cheguemo-nos com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé; tendo o coração purificado da má consciência, e o corpo lavado com água limpa, retenhamos inabalável a confissão da nossa esperança, porque fiel é aquele que fez a promessa; e consideremo-nos uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras, não abandonando a nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia.” (Hebreus 10:19-25)


4. Os cristãos de Éfeso eram um povo sofredor. e tens perseverança e por amor do meu nome sofreste, e não desfaleceste.” (Vs. 3)

Suportavam pacientemente seus fardos e labutava sem esmorecer. Fazia tudo isso por amor ao nome do Senhor! Ao examinar essa congregação de vários ângulos diferentes, ela parece perfeita. No entanto, Aquele que estava entre os candeeiros via o coração dos efésios, e, portanto, seu diagnóstico é diferente do nosso.


UMA IGREJA COM SÉRIOS PROBLEMAS AMOROSOS.

1. Os crentes de Éfeso haviam abandonado o exercício do primeiro amor. “Tenho, porém, contra ti que deixaste o teu primeiro amor.” (Vs. 4)

a) Os efésios haviam abandonado seu primeiro amor!

Apresentavam "obras, labor, perseverança...", mas essas qualidades não eram motivadas pelo amor a Cristo. O que fazemos para o Senhor é importante, mas o motivo pelo qual o fazem os também importa! Compare no versículo abaixo a diferença entre os Tessalonicenses e os Efésios.

“Lembrando-nos sem cessar da vossa obra de fé, do vosso trabalho de amor e da vossa firmeza de esperança em nosso Senhor Jesus Cristo, diante de nosso Deus e Pai.” (1ª Tessalonicenses 1:3)

b) O que é primeiro amor?

É a devoção a Cristo que caracteriza, com frequência, o recém-convertido: fervorosa, pessoal, desinibida, empolgada e demonstrada abertamente. É o amor da "lua-de-mel" de um casal. Apesar de ser verdade que o amor conjugal maduro torna-se cada vez mais profundo e rico, também é verdade que nunca deve perder a empolgação e o fascínio dos primeiros dias de lua-de-mel. Quando o marido e a esposa deixam de dar o devido valor um ao outro e a vida se torna rotineira, o casamento corre perigo.

“Vai, e clama aos ouvidos de Jerusalém, dizendo: Assim diz o Senhor: Lembro-me, a favor de ti, da devoção da tua mocidade, do amor dos teus desposórios, de como me seguiste no deserto, numa terra não semeada.” (Jeremias 2:2)

c) É possível servir, sacrificar-se e sofrer "por causa do meu nome" e, no entanto, não amar Jesus Cristo verdadeiramente!?

Os cristãos de Éfeso estavam tão ocupados mantendo sua separação que deixaram de lado a adoração. O trabalho não substitui o amor; a pureza não substitui o fervor. A igreja precisa tanto de uma coisa quanto de outra a fim de agradar ao Senhor.

Ao ler a epístola de Paulo aos efésios, há pelo menos vinte referências ao amor. Também se vê que Paulo enfatiza a posição exaltada do cristão "em Cristo [...] nos lugares celestiais". Mas a igreja de Éfeso havia caído e não vivia à altura de sua posição exaltada em Cristo (Ap 2:5). Só é possível servir a Cristo fielmente amando-o sincera e fervorosamente (Ef 6:24).


2. Recuperando o primeiro amor. “Lembra-te, pois, donde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras” (Vs. 5)

a) Em primeiro lugar é necessário lembrar (literalmente, "continuar lembrando") o que foi perdido e cultivar o desejo de restabelecer a comunhão íntima.

b) Em segundo lugar, é preciso arrepender-se (mudar de ideia) e confessar os pecados ao Senhor.

“Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.” (1ª João 1:9)

c) Em terceiro lugar, deve-se voltar a pratica das primeiras obras, o que indica restaurar a comunhão inicial, rompida pelo pecado e pela negligência. Para o cristão, isso significa orar, ler a Bíblia e meditar sobre ela, servir em obediência e adorar.


3. Por falta desse amor, Éfeso é uma igreja que deixou de brilhar e que não existe mais. “e se não, brevemente virei a ti, e removerei do seu lugar o teu candeeiro, se não te arrependeres.” (Vs. 5-B).

Apesar dos privilégios que havia desfrutado, a igreja de Éfeso corria o risco de perder a luz! Por mais correta que seja sua doutrina, a igreja que perde o amor logo perde também a luz. "Venho a ti" (Ap 2:5) não é uma referência à volta de Cristo, mas sim à vinda de seu julgamento naquele momento e naquele lugar. Hoje, a cidade gloriosa de Éfeso não passa de um montão de pedras onde não brilha mais luz alguma.


CONCLUSÃO: A igreja de Éfeso era uma "igreja descuidada", constituída de cristãos descuidados que negligenciaram o amor por Cristo. Será que não estamos fazemos o mesmo?


BIBLIOGRAFIA

Bíblia NVI – Nova Versão Internacional
Bíblia ARA – Versão Almeida Atualizada
Comentário Bíblico Exaustivo do NT - Warren W. Wiersbe
Igrejas sem brilho – Emílio Conde
Uma igreja sem propósitos – Jorge Henrique Barro

terça-feira, 19 de março de 2013

Identidade e Destino


Você conhece algum judeu pobre? Ou ainda, algum descendente semita desempregado? Analfabeto? Mendigo? Até pode ter, mas em comparação com os demais culturas, eles, os judeus, colecionam um grande quantidade de célebres nomes, na física, química, educação, economia, etc. Mas por que?


Basicamente sua cultura foi totalmente baseada no que Deus lhes ensinou. Lhes prometeu, lhes deu como herança. De forma bem clara, sua cultura, valoriza o que nos ocidentais desprezamos. Para eles, seu bem mais precioso são as suas crianças. Fazem uma guerra por causa de seus filhos. E não somente no que diz respeito a proteção e segurança, mas colocando neles uma identidade e um destino, coisa que aqui deste lado do Atlântico não existe, só começamos a entender a onde que chegar e quem sou eu, lá pelos quarenta anos, e quando se consegue.

Quando se visita um lar judeu,e se faz menção sobre filhos, a dona Sara diz, este é o meu filho Benjamim, o advogado, e minha filha Raquel, a pediatra. E, quando os conhecemos eles tem quatro e seis anos respectivamente. E como conseqüência disto, ao passar dos anos, o Benjamim torna-se um célebre advogado, e a Raquel uma prestigiada pediatra.

E sobre isto, que falo Identidade. Incutir dentro da criança sua identidade. Como se faz isso? ora a cada dia o pai pode dizer ao filho: Este é o meu menino, o meu homem, o meu campeão, e tenho alegria em te-lo ao meu lado. Ou a sua filha: Ora, ora, o que vejo? A minha menina, que se tornará uma grande mulher. Viu? Não é nada difícil ou impossível! Estaremos semeando dentre destes pequeninos uma identidade própria, não esperando que lá na frente ele assuma o que bem entender.

E destino, não é algo que está lá no futuro, mas sim aquilo que é preparado no presente que repercutirá no futuro. Quantos de nós vivemos uma vida complicada, problemática, porque não nos passaram quando crianças uma herança de destino, nos apontando onde poderíamos chegar? Não nos disseram que poderíamos ser isso ou aquilo? Pelo contrário lançaram uma palavra de derrota, de medo, de maldição? Fazendo-nos acreditar numa mentira de incapacidade.

Ainda há tempo, de consertarmos este dano e impedir que a próxima geração viva sem identidade e sem destino de uma forma mais devastadora que a nossa. Seja um porta-voz de bênçãos, que de nossos lábios saiam palavras capazes de gerar dentro de alguém uma identidade e produzir um destino digno. E para isso você não precisa ser um rabino, basta ser o sacerdote de tua casa. Alguém que vê um pouquinho mais a frente, que olha com outros olhos. Abençoar não significa ignorar os erros e problemas. Quando você diz eu te abençôo, você na verdade está dizendo: Eu te autorizo a prosperar em todos os teus caminhos. Então, que Deus te abençoe.

CONCORDO COM O GUTIERRES


O caso Marco Feliciano é indefensável!

Por Gutierres Fernandes Siqueira

O caso do pastor e deputado Marco Feliciano (PSC-SP) está cada vez mais sério. Muitos dos meus amigos acreditam que nós, como evangélicos,  deveríamos defender o referido deputado contra uma "campanha difamatória" promovida pela militância LGBT. Bom, gostaria muito que Feliciano fosse apenas uma vítima inocente de difamação, mas ele não é. Ou a má fama seria fruto de informações mentirosas? Ora, os fatos não dizem isso.

E outra. É quase um sacrilégio atribuir Mateus 5.10-12 para esse pastor, ainda mais quando sabemos que existem milhares de cristãos presos pelo "grave" crime de proselitismo. [Inclusive há um casal brasileiro encarcerado no Senegal por causa da obra missionária. Leia aqui].  O Feliciano não é um perseguido por causa da justiça,  mas simplesmente paga o que plantou.

Vejamos:

a) Quem usou o nome de Deus em vão e de uma tal de “psicologia espiritual” para pedir votos ao partido que hoje mobiliza massas em protesto contra o próprio? [Veja vídeo aqui].

b) Quem falou frases de interpretações sectárias para expor bobagens numa rede social? Quem envergonhou a fé cristã com palavras espúrias ao idealizar uma suposta maldição sobre determinado continente? [Leia mais aqui].

c) Quem paga diversos pastores com dinheiro da Câmara dos Deputados como se eles fossem assessores da casa legislativa? Isso se chama CORRUPÇÃO [Leia a reportagem aqui].

d) Quem atribuiu a bênção de Deus à senha do cartão de débito de um ofertante? [Veja o vídeo aqui].

e) Quem escreveu uma autobiografia megalomaníaca que hoje é exposta pela imprensa como exemplo de orgulho e ostentação? [Leia a matéria aqui].

Caros, não é possível que sejamos convenientes com um pastor e deputado tão ruim só porque ele porta certa agenda que nos interessa. Por acaso agora os fins justificam os meios? Eu não quero ao meu lado um pastor que diga ser pró-vida enquanto é suspeito de desviar dinheiro público que poderia ser usado na compra de uma ambulância. Que moralidade torta é essa?

Há perseguidos pelas suas bobagens e
perseguidos por causa do Evangelho.
A Bíblia sabe diferenciá-los. (foto: Folha de SP).
Vivemos numa democracia e sabemos que o pilar da liberdade de expressão não pode ser contestado. Portanto, o Feliciano pode falar e acreditar na besteira que ele quiser, mas só não pode se colocar como perseguido por causa do Evangelho. Repito, tal atribuição é  um sacrilégio. Além disso, ele não me representa. E sinto vergonha que evangélicos tão desastrados ganhem tamanha notoriedade na mídia.

A Bíblia é muita clara sobre as reais razões que levam um verdadeiro cristão a ser considerado um perseguido. 

Deixo agora um trecho da Primeira Carta de Pedro (3.13-22) onde essa questão está bem clara. Observe bem as frases em negrito, pois a Palavra de Deus fala por si.

Quem há de maltratá-los, se vocês forem zelosos na prática do bem? Todavia, mesmo que venham a sofrer porque praticam a justiça, vocês serão felizes. "Não temam aquilo que eles temem, não fiquem amedrontados. " Antes, santifiquem Cristo como Senhor no coração. Estejam sempre preparados para responder a qualquer que lhes pedir a razão da esperança que há em vocês. Contudo, façam isso com mansidão e respeito, conservando boa consciência, de forma que os que falam maldosamente contra o bom procedimento de vocês, porque estão em Cristo, fiquem envergonhados de suas calúnias. É melhor sofrer por fazer o bem, se for da vontade de Deus, do que por fazer o mal. Pois também Cristo sofreu pelos pecados uma vez por todas, o justo pelos injustos, para conduzir-nos a Deus. Ele foi morto no corpo, mas vivificado pelo Espírito, no qual também foi e pregou aos espíritos em prisão que há muito tempo desobederam, quando Deus esperava pacientemente nos dias de Noé, enquanto a arca era construída. Nela apenas algumas pessoas, a saber, oito, foram salvas por meio da água, e isso é representado pelo batismo que agora também salva vocês — não a remoção da sujeira do corpo, mas o compromisso de uma boa consciência diante de Deus — por meio da ressurreição de Jesus Cristo, que subiu ao céu e está à direita de Deus; a ele estão sujeitos anjos, autoridades e poderes.

PS: Por favor, não venham com argumentos do tipo: “você preferiria o deputado ex- BBB na Comissão?”. É óbvio que não. Tal pergunta é feita normalmente por quem acha que o mundo é maniqueísta. E , também, pobre é um país com representatividade tão ruim no Congresso. Entre escolher a infecção bacteriana e a pneumonia, eu posso escolher a saúde!

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

A TRISTE REALIDADE DO NOMADISMO EVANGÉLICO BRASILEIRO

1. O N.T. diz que uma mula falou, eu ouvi um ‘burro’ falando.

Esse burro disse o seguinte: “Cuidado com os crentes nômades”. Essa frase chocante me causou grande indignação e me fez passar a noite pensando nas razões que levaram a pessoa a afirmar tal absurdo, e, por conseguinte, nas implicações que um movimento sob essa bandeira pode causar no rebanho de Deus.

Para início de conversa é necessário buscar a definição do termo nômade. A Winkipédia diz o seguinte:

“O nomadismo é a prática dos povos nômades, ou seja, que não têm uma habitação fixa, que vivem permanentemente mudando de lugar. Usualmente são os povos do tipo caçadores-coletores ou pastores, mudando-se a fim de buscar novas pastagens para o gado, quando se esgota aquela em que estavam. Os nômades não se dedicam à agricultura e frequentemente ignoram fronteiras nacionais na sua busca por melhores pastagens”.

Por essa definição, entendo que a falta de uma habitação fixa e a premente necessidade de alimento são as principais causas das frequentes mudanças. Confronto essa realidade nômade com a Palavra de Deus e observo que o nomadismo tem tudo a ver com aquilo que deveria ser a realidade do crente.

Todo cristão verdadeiramente nascido pela fé em Jesus Cristo mediante a sua graça, em conformidade com Efésios 2.8, assume uma nova cidadania, não terrena conforme os padrões desse mundo, mas celestial donde o Todo-Poderoso reina absoluto e soberanamente.

“Mas a nossa cidade está nos céus, de onde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo.” (Filipenses 3.20).

Pedro chama os crentes de estrangeiros, peregrinos e forasteiros, pessoas normais, porém, não comuns, possuidores sim de uma cidadania terrena, mas que absolutamente viviam pela fé nessa presente vida como peregrinos em terra estranha, aguando a bendita promessa da vinda de Jesus para a confirmação e estabelecimento dessa nova habitação em glória.

“Pedro, apóstolo de Jesus Cristo, aos estrangeiros dispersos no Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia) (1ª Pedro 1.1)

“Amados, peço-vos, como a peregrinos e forasteiros...” (1ª Pedro 2.11-a)

Outra verdade sobre esse assunto está no fato de todo verdadeiro cristão na Bíblia ser comparado a uma ovelha, e é fato de que nenhuma ovelha permanece viva e saudável sem ter a sua disposição uma alimentação adequada, equilibrada e balanceada.

“As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu conheço-as, e elas me seguem” (João 10.27).

2. O que diz as pesquisas sobre essa anomalia evangélica?

A edição online da Folha de São Paulo de 15/08/2011 destaca o seguinte:

“O número de evangélicos que não mantêm vínculo com nenhuma igreja cresceu, informa reportagem de Antônio Gois e Hélio Schwartsman, publicada na Folha desta segunda-feira. Segundo a Pesquisa de Orçamentos Familiares, do IBGE, eles passaram de 4% do total de evangélicos em 2003 para 14% em 2009, um salto de 4 milhões de pessoas. Os dados do IBGE também confirmam tendências registradas na década passada, como a queda da proporção de católicos e protestantes históricos e alta dos sem religião e neopentecostais. No caso dos sem religião, eles foram de 5,1% da população para 6,7%. Embora a categoria seja em geral identificada com ateus e agnósticos, pode incluir quem migra de uma fé para outra ou criou seu próprio "blend" de crenças - o que reforça a tese da desinstitucionalização.”


Enquanto as maiorias dos movimentos religiosos propalam o crescimento do número de evangélicos no Brasil, institutos de pesquisas seculares mostram através de seus dados que existe uma grave enfermidade no meio religioso brasileiro, evidenciado principalmente nas denominações do chamado pentecostalismo.

É alarmante e extremamente preocupante o número de fiéis descontentes e entristecidos que ano após ano engrossam as fileiras dos ‘sem-igrejas’ no nosso país. Isso sem falar no incontável número de apóstatas que abdicam da fé em Jesus e a imensurável multidão de religiosos nominais, que incorporados, incham as denominações sem deter nenhum tipo de vínculo com a fé cristã.


3. “Ai dos pastores que destroem e dispersam as ovelhas do meu pasto!", diz o Senhor. (Jeremias 23.1).

Considero a liderança eclesiástica brasileira como a principal responsável pelo atual situação do evangelicalismo moderno. Reproduzo abaixo artigo escrito pelo indignado pastor Ricardo Gondim, na ocasião do escândalo das sanguessugas como um exemplo vívido de como a fé e os fiéis são usados como massa de manobra pela liderança.

O Brasil descobriu que tem lobos vestidos de pastores; uma corja imunda. São os políticos evangélicos que gatunaram o Ministério da Saúde; testas-de-ferro de igrejas, apóstolos e bispos  mentirosos que afirmavam haver necessidade de eleger crentes para o Congresso Nacional com um discurso de que almejavam os interesses do Reino de Deus.

Por favor, não insistam em me pedir que seja misericordioso com esses ratos alados: eles sugaram o sangue de brasileiros pobres. A única sugestão que tenho para eles é que cada um amarre uma corda no pescoço e se jogue de uma ponte para dentro de qualquer esgoto. 

Por favor, não insistam comigo. Não serei compreensivo. Estou enfurecido. De nada me valerão argumentos de que esses políticos evangélicos podem ser escuma fétida, mas que pregam uma mensagem libertadora. Não tolero mais ouvir essa desculpa. Não acredito que a causa evangélica precise conviver com tanta ignomínia, desde que "salve almas”. Nenhuma “salvação” seria tão excelente que justifique essa indecência que veio à tona, mas que há tempos corre frouxa nos porões das mega "empresas-igrejas" que mercadejam esperanças.

É vergonhoso fazer parte de uma geração da qual os líderes amam o supérfluo e abominam o essencial. Salta aos olhos a intenção dessa corja dominante em relação à igreja. Utilizam-se da simplicidade dos fiéis para explorá-los sem misericórdia. São lobos devoradores que envergonham, entristecem e matam o rebanho de Jesus para depois chama-los de ciganos, ou nômades da fé.

Esses ditadores cruéis usam descaradamente o doce nome de Jesus para manipular, enganar e estabelecer reinos para si próprios, homens multimilionários amantes da luxúria e financiadores da prostituição. Masturbam o ego utilizando como ferramenta erótica o próprio poder, deles se exala o cheiro pútrido dos seus pecados. Suas doutrinas é como o banhar-se e tornar a vestir roupa suja, fazer uma refeição servida em latrinas. Sua mensagem é veneno mortal.


3. Sou nômade e daí!?

A evidente falta de identidade que grande parte dos nômades da fé tem é justamente em virtude das patifarias praticadas nos ministérios atualmente. Neste reino mundano o ministério bíblico é sufocado, lá os contradizentes são tratados como inimigos de estado, e os dissidentes como traidores. Em suas catedrais os pregadores sensatos e fiéis são reputados como pessoas nocivas e perigosas, lá o evangelho é deturpado ao bel prazer da escória (membros) havida por ensinos mirabolantes e que privilegiam o hedonismo.

Assumo minha condição de nômade, pois, faço parte de um organismo vivo chamado Igreja de Cristo, também conhecida e destacada como a noiva do Cordeiro. Repito sem pudor o que Jesus disse a Pilatos: “Meu reino não é deste mundo”.

Pregando numa denominação há alguns anos atrás, fui indagado: Qual a sua denominação? Respondi sem titubear: Assembleia Universal dos Remidos Pelo Sangue de Jesus. Entendi que aquele clérigo valorizava o ministro tipo puro-sangue, privilegiava os nascidos, criados e engessados por seu colégio tendencioso (entenda-se por visão ministerial) numa semelhança muito triste com a religião nazista do século passado. Entendi desde então que a religião moderna cria novos Hitler’s todos os dias.

Em artigo publicado no Jornal do Brasil (03/09/07), Leonardo Boff lembra que no quarto século quase todos os bispos aderiram à heresia arianista, segundo a qual Jesus é apenas semelhante a Deus, e não imagem visível do Deus invisível (Cl 1.15).

“Foram os leigos que salvaram a Igreja, proclamando Jesus como Filho de Deus”, acrescenta Boff.

É preciso lembrar que foi uma mulher (Débora) e não um homem (Baraque) que tornou possível a vitória de Israel sobre o rei de Canaã e sobre seus novecentos carros de ferro, depois de vinte anos de opressão (Jz 4).

É preciso lembrar que foi o caçula de Jessé, um rapaz da roça, e não o rei Saul e seu exército, que derrubou o gigante Golias, de quase três metros de altura e livrou os israelitas dos filisteus (1Sm 17).

É preciso lembrar que foi uma adolescente, e desterrada que levou Naamã, comandante em chefe do exército assírio, a curar-se da lepra (2Rs 5.1-19).

É preciso lembrar que foi um menino, e não um adulto, que ofereceu seus cinco pães de cevada e dois peixinhos para Jesus multiplicar e matar a fome de cinco mil homens, sem contar mulheres e crianças (Jo 6.9, NTLH).

É preciso lembrar que é do coração e da boca das crianças e dos recém-nascidos, e não dos marmanjões, que Deus suscita o perfeito louvor (Mt 21.16)

Finalmente é preciso lembrar que foi um ex-perseguidor e torturador dos cristãos (Paulo), e não Pedro, nem Tiago nem qualquer outro dos mais influentes líderes da igreja, que a livrou do legalismo, a praga que diminui o valor da graça e aumenta o valor da lei (Gl 2.11-21).

Enquanto a sociedade supervalorizava e supervaloriza os doutores, os poderosos, os nobres de nascimento e a hierarquia, eclesiástica ou secular, Deus continua livre para eleger e usar a seu bel-prazer as pessoas que, sob o ponto de vista humano, parecem desprezíveis e insignificantes (1Co 1.26-29).”

Há cerca de dez anos atrás, me lembro de ter feito um inimigo ao expor a um ministro assembleiano que Deus não tinha compromisso com denominação alguma, mas têm tão somente com a sua Palavra. Não tendo como debater comigo, e rangendo os dentes segurou-me bem firme pelo braço e exigiu que eu fosse embora imediatamente, apesar de estarmos conversando num local público fui embora para não ser agredido fisicamente.

Sonho com dias de evangelho pregado como nos dias apostólicos do Novo Testamento. Que voltem os dias dos Atos dos Apóstolos! Que surjam novos Timóteos, Barnabés, Silas, Epafroditos, Lucas, Lóides, Eunices...

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Restauração e Multiplicação - Jó e Sua Humilhação

"Quem dera as minhas palavras fossem registradas! Quem dera fossem escritas num livro, fossem talhadas a ferro no chumbo, ou gravadas para sempre na rocha! Eu sei que o meu Redentor vive, e que no fim se levantará sobre a terra. E depois que o meu corpo estiver destruído e sem carne, verei a Deus. Eu o verei, com os meus próprios olhos; eu mesmo, e não outro! Como anseia no meu peito o coração!” (Jó 19:23-27)
  
SEIS ÁREAS NA VIDA DE JÓ QUE FORAM ATINGIDAS PELO MAL.

1. Seus bens materiais.
“Aleluia! Como é feliz o homem que teme o Senhor e tem grande prazer em seus mandamentos! Seus descendentes serão poderosos na terra, serão uma geração abençoada, de homens íntegros. Grande riqueza há em sua casa, e a sua justiça dura para sempre.” (Salmos 112:1-3).

Na relação de bens do capítulo 1 versículos 13 a 17 estão relacionados 7.000 ovelhas, 3.000 camelos, 500 jutas de boi e 500 jumentos. Portanto, podemos afirmar que Jó realmente era um homem muito rico.

2. Seus filhos e filhas.
“Os filhos são herança do Senhor, uma recompensa que ele dá. Como flechas nas mãos do guerreiro são os filhos nascidos na juventude. Como é feliz o homem cuja aljava está cheia deles! Não será humilhado quando enfrentar seus inimigos no tribunal.” (Salmos 127:3-5).

Se levarmos em conta as atitudes de Jó em relação aos seus filhos, concluiremos que eles eram sua maior riqueza.

I – Oferecia sacrifícios por eles.
“Seus filhos costumavam dar banquetes em casa, um de cada vez, e convidavam suas três irmãs para comerem e beberem com eles. Terminado um período de banquetes, Jó mandava chamá-los e fazia com que se purificassem. De madrugada ele oferecia um holocausto em favor de cada um deles, pois pensava: "Talvez os meus filhos tenham lá no íntimo pecado e amaldiçoado a Deus". Essa era a prática constante de Jó.” (Jó 1:4-5).

II – Encabeçavam a lista de coisas valiosas que possuía.
“Tinha ele sete filhos e três filhas.”(Jó 1:2).

III – Grande lamento quando soube da morte dos filhos.
“Enquanto ele ainda estava falando, chegou ainda outro mensageiro e disse: "Seus filhos e suas filhas estavam num banquete, comendo e bebendo vinho na casa do irmão mais velho, quando, de repente, um vento muito forte veio do deserto e atingiu os quatro cantos da casa, que desabou. Eles morreram, e eu fui o único que escapou para lhe contar!" Ao ouvir isso, Jó levantou-se, rasgou o manto e rapou a cabeça. Então prostrou-se no chão em adoração.” (Jó 1:18-20)

3. Seu casamento.
“Quem encontra uma esposa encontra algo excelente; recebeu uma bênção do Senhor.” (Provérbios 18:22).

I - Sua fé vacilante ao contemplar o estado deplorável do marido.
“Saiu, pois, Satanás da presença do Senhor e afligiu Jó com feridas terríveis, da sola dos pés ao alto da cabeça. Então Jó apanhou um caco de louça com o qual se raspava, sentado entre as cinzas. Então sua mulher lhe disse: "Você ainda mantém a sua integridade? Amaldiçoe a Deus, e morra!" Ele respondeu: "Você fala como uma insensata. Aceitaremos o bem dado por Deus, e não o mal? " Em tudo isso Jó não pecou com os lábios. (Jó 2: 7-10).

II - A dificuldade que esta tinha de aproximar-se de Jó por causa de suas chagas.
“Minha mulher acha repugnante o meu hálito.” (Jó 19:17-A)

4. Sua saúde.
“Amado, oro para que você tenha boa saúde e tudo lhe corra bem, assim como vai bem a sua alma.” (3 João 1:2).

“Pele por pele”, filosofia diabólica que sugere que a fé e a justiça de uma pessoa se baseia nas bênçãos que Deus concede.

I – Saúde física.
"Pele por pele!", respondeu Satanás. "Um homem dará tudo o que tem por sua vida. Estende a tua mão e fere a sua carne e os seus ossos, e com certeza ele te amaldiçoará na tua face." (Jó 2:4-5).

II – Saúde emocional.
"Por isso não me calo; na aflição do meu espírito me desabafarei, na amargura da minha alma farei as minhas queixas.” (Jó 7:11).

5. Suas amizades.
“O amigo ama em todos os momentos; é um irmão na adversidade.” (Provérbios 17:17).

I – Deles não recebeu nenhum apoio ou palavra amiga, apenas acusações.
“Pois agora vocês de nada me valeram; contemplam minha temível situação, e se enchem de medo.” (Jó 6:21).

II – Se mostraram vazios no tempo da aflição e adversidade de Jó.
"Um homem desesperado deve receber a compaixão de seus amigos, muito embora ele tenha abandonado o temor do Todo-poderoso. Mas os meus irmãos enganaram-me como riachos temporários, como os riachos que transbordam quando o degelo os torna turvos e a neve que se derrete os faz encher, mas que param de fluir no tempo da seca, e no calor desaparecem dos seus leitos. As caravanas se desviam de suas rotas; sobem para lugares desertos e perecem. Procuram água as caravanas de Temá, olham esperançosos os mercadores de Sabá. Ficam tristes, porque estavam confiantes; lá chegaram tão-somente para sofrer decepção.” (Jó 6:14-20).

6. Sua honra.
“A boa reputação vale mais que grandes riquezas; desfrutar de boa estima vale mais que prata e ouro.” (Provérbios 22:1).

I – Sentiu a dor da solidão e do desamparo.
"Ele afastou de mim os meus irmãos; até os meus conhecidos estão longe de mim. Os meus parentes me abandonaram e os meus amigos esqueceram-se de mim.” (Jó 19:13-14).

II – Isolado e desrespeitado por seus próprios empregados.
“Os meus hóspedes e as minhas servas consideram-me estrangeiro; vêem-me como um estranho. Chamo o meu servo, mas ele não me responde, ainda que eu lhe implore pessoalmente.” (Jó 19:15-16).

III – Desprezado pelos que antes lhe pediam conselhos.
“Até os meninos zombam de mim, e dão risada quando apareço. Todos os meus amigos chegados me detestam; aqueles a quem amo voltaram-se contra mim.” (Jó 19:18-19).
  
PORÉM TEVE UMA ÁREA DA VIDA DE JÓ QUE O MAL NÃO CONSEGUIU ATINGIR.

1. Sua vida espiritual.
“Bendiga ao Senhor a minha alma! Não esqueça de nenhuma de suas bênçãos!” (Salmos 103:2)

I – Um adorador sincero.
“Ao ouvir isso, Jó levantou-se, rasgou o manto e rapou a cabeça. Então prostrou-se no chão em adoração, e disse: "Saí nu do ventre da minha mãe, e nu partirei. O Senhor o deu, o Senhor o levou; louvado seja o nome do Senhor ". Em tudo isso Jó não pecou nem de nada culpou a Deus.” (Jó 1:20-22).

II – Detentor de uma fé incondicional no Redentor que vive.
“Eu sei que o meu Redentor vive, e que no fim se levantará sobre a terra.” (Jó 19:25).

III – Uma inabalável esperança no prêmio da vida eterna.
“E depois que o meu corpo estiver destruído e sem carne, verei a Deus. Eu o verei, com os meus próprios olhos; eu mesmo, e não outro! Como anseia no meu peito o coração!” (Jó 19:26-27).




Palavra ministrada na IPR – Igreja Presbiteriana Renovada de Chapadão do Sul-MS na noite de 18/01/2012 na Campanha ‘Vencendo 2012 Com Fé e Oração’.

terça-feira, 28 de junho de 2011

A Solidão do Pastor

Pastores costumam ser pessoas solitárias, por vocação. Conheço muitos pastores que têm amigos de verdade, e, no entanto, têm forte tendência à solidão! A maior parte deles vive se remoendo, enquanto lutam com seus problemas interiores, sem poder encontrar um amigo de confiança com o qual desabafar. Não podem conversar sobre seus problemas e conflitos com os membros da igreja; e sequer com os demais obreiros. Desabafam com Deus, enquanto derramam o coração em lágrimas em seus momentos de solidão. Pastores sofrem com a solidão. Ainda que acompanhados de tanta gente e cercados de colegas ministeriais vivem sós. Geralmente os obreiros que os cercam não o fazem como amigos ou companheiros de jugo, vivem de encômios – aplaudem e elogiam em busca de cargos ou privilégios. Raramente encontra-se um amigo que viva o compromisso de ajudar o líder, a ponto de admoestá-lo com amor.

Por outro lado, o líder em evidência se põe perante os demais colegas ministeriais como gente de esfera superior, que não precisa da ajuda de ninguém, como super-homem, intocável, impecável – isto mesmo, no sentido de que nunca peca – inviolável e que sabe superar seus problemas. Perante seus amigos e colegas tem uma imagem colorida de sucesso e poder – mas tais pastores são pessoas ímbeles, débeis, fracas, e esquecem que o poder de viver integralmente a vida cristã reside na dependência de Deus e na força de seus amigos.

Pastores são como águias que voam sós e vivem nos céus distantes – acima dos problemas – mas cheios destes. Deveriam agir como águias quando a sós com Deus, e quais ovelhas de um rebanho a viver ao lado dos demais.

Eis a razão porque os pastores aprendem a sofrer calados. Choram aos pés do Senhor confessando suas faltas. E gostariam de ter um amigo por perto. Mas, desabafar a quem? Arredios e acostumados a serem traídos, inteligentemente se calam. E sofrem. Gostariam de ter um amigo para conversar sobre sexo, dificuldades com a esposa, tentações, finanças, problemas pessoais, mas sofrem, ignotos, temendo o colega infido - infiel. Imaginam que podem ser traídos e prejudicados. Que diferença a confissão de pecados que os noviços e monges faziam ao seu superior nos mosteiros! Nada do que era confessado podia ser usado contra eles em juízo. Depois que se confessava, seu superior se calava sem jamais poder usar da confissão de seu subalterno como prova de condenação em juízo. Um superior quando sabia que o noviço pecara contra a igreja não aceitava confissão, do contrário a pessoa não poderia ser questionada por ele no tribunal.

Na falta de confessores, os pastores digladiam-se internamente com seus traumas e pecados. Esquecem que a confissão traz alivio à tensão, desabafa sentimentos, cura e traz paz interior. A confissão e as lágrimas ajudam o pastor a sentir que é humano, ao mesmo tempo em que é espiritual. A confissão afasta a caligem e impede que o obreiro se torne biltre e mendaz.
O verdadeiro líder encontra noutro líder, apoio, pois ambos reconhecem a fragilidade e a tendência ao pecado do ser humano. O verdadeiro líder entende que as pessoas vivem na fraqueza, e ele também sabe que vive as mesmas fraquezas.

As Escrituras não escondem as fraquezas e as tentações dos homens de Deus, até dos mais íntimos de Jeová. Noé, Abraão, Moisés, Davi, Elias e demais homens de Deus tiveram seus momentos de fraqueza, e alguns deles são vistos em momentos de depressão, e quando o escritor aos hebreus deles se utiliza para falar da fé, não menciona, em momento algum suas fraquezas, mas a fé e a perseverança que lhes levou a obter o galardão. Todos tiveram temores. Sara, a esposa de Abraão não creu – e, no entanto aparece em Hebreus como mulher de fé! Algumas daquelas fraquezas são imperdoáveis e inadmissíveis hoje pela liderança de certas denominações.

Que pastor não tem um exemplo de traição, de um obreiro que agiu de solércia – de ardileza a relatar? Quem transmitiu ao rebanho a idéia de que nós, pastores vivemos do gáudio e do júbilo apenas? Por que o rebanho imagina que o pastor e seu báculo com seu aspecto dominante são intocáveis? Todos temos fraquezas.

Podemos recender ao perfume de Deus, ao brilho de sua glória, mas Deus sempre deixa um quê de imperfeição para manter-nos humildes diante dele. Na vida familiar uma esposa que não acompanha o obreiro ministerialmente, um filho que se desvia; um negócio que emperra; uma calúnia que nos atordoa; um pecado do qual não conseguimos nos desvencilhar; qualquer coisa, para que nos envergonhemos de nossa imperfeição. O pastor - quando olha para o espelho e vê refletido nele a glória de Deus tem a tendência de se exaltar, mas ao olhar para si mesmo, percebe que a glória de Deus que sobre ele está acentua sua imperfeição, e se põe a chorar!

Paulo tinha uma fraqueza; todos temos fraquezas. Os santos caminham com fraquezas. Sempre que pensava em contar vantagens - gloriar-se - um mensageiro de Satanás esbofeteava a Paulo. Creio que esse espinho na carne não era uma doença física, mas alguma coisa no mundo espiritual. Já que visões, sonhos e revelações estão bem acima do natural, esse espinho, bem como o demônio que o atormentava situavam-se numa esfera espiritual. Deixe-me dizer isto: certas marcas de pecado jazem em nossa mente a fim de lembrar-nos de que somos salvos e vivemos por causa da graça de Deus. Paulo orou três vezes - mas Deus não afastou a imagem que o oprimia. Deus conhece a fraqueza de Paulo e indica-lhe que terá de conviver com ela toda a vida. A resposta de Deus? "A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo..." (2 Co 12.9).

"Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós" (2 Co 4.7). Meu colega pastor deixe-me dizer uma coisa: A glória de Deus somente opera em vasos imperfeitos. E nossa imperfeição está ali, apontando para nós, dizendo-nos que precisamos de Deus, sempre! Deus deixa certas falhas nos seus filhos para que aprendam a depender exclusivamente dele. A glória e a graça de Deus vêm sobre nós escondendo nossas fraquezas. Assim como os pés dos querubins eram pés de bezerro, na descrição de Ezequiel - feios – mas brilham com a glória de Deus, nosso caminhar é santificado por sua glória.

Somos como o Mefibosete da Bíblia. Este neto de Saul, aleijado de ambos os pés; este filho de Jônatas é agora trazido para a casa de Davi e com ele come à mesa. Mas era aleijado! No entanto, suas pernas não eram vistas, ficavam encobertas sob as toalhas da mesma do rei! (2 Sm 9). Somos imperfeitos no nosso caminhar - temos pés que não condizem com a natureza de glória, estes, no entanto, têm suas imperfeições cobertas com o brilho da glória de Deus!

No meio das tribulações - sejam elas devido a erros cometidos, a falhas humanas ou vindas diretamente de Satanás, o peso de glória é eterno, acima de toda comparação (2 Co 4.18). Porque a glória que sobre nós brilha vem de Deus. Apenas refletimos a glória de Deus!

Por isso, ao descrever este relato, faço-o na certeza de que não estou traindo alguém que me confiou seus temores. A pessoa em questão pode ser você mesmo que me lê. A que me refiro está velha demais para se importar com o fato. Viajo e ministro com pastores de todas as igrejas e de todas as denominações. Alguns homens de Deus abrem sua vida comigo à busca de soluções para seus problemas pessoais. E não posso trair a confiança em mim depositada.

O velho pastor abriu seu coração comigo. Ele tinha perguntas e inquietações não respondidas. Homem de ministério ilibado, reconhecido pela igreja, contou-me que lutou a vida toda contra as tendências homossexuais que o perturbavam periodicamente. Aceitava-se como heterossexual, constituíra família, mas não conseguia entender o por quê das tentações. Tivera uma experiência ou outra quando moço, mas depois que se convertera – afirmou – jamais voltara a práticas homossexuais por considerá-las pecado. As tentações o assombravam continuamente. Jamais se livrou delas ao longo da vida.

Sofrer tentações sem pecar é o segredo da vitória. Um hino da Harpa Cristã de linda melodia, diz:
Tentado não cedas; ceder é pecar;
Melhor e mais nobre, será triunfar;
Coragem ó crente! Domina teu mal
Deus pode livrar-te, de queda fatal!

É uma alusão ao texto de hebreus 4.15: "Porque não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado (...) e é capaz de condoer-se dos ignorantes e dos que erram, pois também ele mesmo está rodeado de fraquezas".

É nesta confiança, amado pastor, que confessamos ao Senhor nossas faltas, porque ele nos entende. À semelhança do sumo sacerdote que vivia cercado de fraquezas e que precisava, ele mesmo fazer a purificação de seus pecados antes de expiar os pecados do povo, também nós precisamos entender que os colegas que nos cercam vivem rodeados de fraquezas, que erram, e, como nós, são perdoados.

O nosso Senhor Jesus assumiu a forma humana, "para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote, nas coisas referentes a Deus e para fazer propiciação pelos pecados do povo. Pois, naquilo que ele mesmo sofreu, tendo sido tentado, é poderoso para socorrer os que são tentados" (Hb 2.17-18).

Tenha um amigo. Abra seu coração

Autor - João A. de Souza filho